quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O adeus de Ana Botafogo

Aclamada pela crítica como a obra-prima definitiva do coreógrafo John Cranko, Onegin faz temporada de 4 a 12 de agosto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O ballet foi criado em 1965 especialmente para Márcia Haydée, que chegou do Chile especialmente para a abertura da nova temporada e agora marca a despedida de outro grande ícone do ballet brasileiro, Ana Botafogo.

A diva das sapatilhas se despede dos grandes clássicos depois de 36 anos, interpretando Tatiana, acompanhada por ninguém menos que Thiago Soares, primeiro bailarino do Royal Ballet, da Inglaterra.






Ana Botafogo é primeira bailarina do Theatro Municipal do rio de Janeiro desde 1981 e disse que se aposenta como Pelé, no auge, porque quer que nós nos lembremos dela de uma forma boa. Claro que essa não é a despedida definitiva, Ana ainda tem outras apresentações agendadas, mas os repertórios ficam para trás nesse momento. Sobre interpretar um papel criado para Márcia Haydée, Ana Botafogo diz: "É uma ousadia, uma responsabilidade muito grande. O curioso é que entrei para o Teatro Municipal com a Márcia na minha banca examinadora. É gostoso tê-la tido quando entrei para cá e, agora, dançar um balé criado para ela."



Conheça a história de Onegin.
Baseado no poema Eugene Onegin do poeta russo Alexander Pushkin, de 1831, o ballet Onegin foi criado por John Cranko para o Stuttgart Ballet e estreou em 13 de abril de 1965, estrelado por Márcia Haydée (Tatiana) e Ray Barra (Onegin). No Theatro Municipal do Rio, Onegin entrou para o repertório em 2003 e foi apresentado novamente em 2004 e 2006, por nomes do porte de Ana Botafogo, Cecília Kerche, Cláudia Mota, Bettina Dalcanale, Tereza Augusta, Roberta Marquez, Francisco Timbó, Marcelo Misailidis, Thiago Soares e Vitor Luiz.

No vídeo, um trecho de Onegin interpretado por Cecília Kerche.




Dividido em três atos, o ballet tem início no interior da Rússia, na casa de campo onde vivem as irmãs Tatiana e Olga com sua família. O poeta Lensky, noivo de Olga, leva seu amigo Onegin, homem refinado de São Petersburgo, para o aniversário de Tatiana. A jovem se encanta com o jovem da cidade, tão diferente dos rapazes com quem convive, e, apaixonada, lhe escreve uma carta de amor. Onegin, por sua vez, acha tudo maçante e vê em Tatiana apenas uma adolescente romântica do campo e deixa claro que não corresponde aos sentimentos da jovem.

Já o Príncipe Gremin, parente distante, encanta-se por Tatiana, que mal percebe seu interesse. Entediado e irritado com o provincianismo à sua volta, Onegin flerta com Olga e, diante de tal provocação, Lensky o desafia para um duelo. Mesmo sob os apelos de Tatiana e Olga, Lensky insiste e é morto por Onegin. Tatiana se decepciona e passa a vê-lo como alguém egoísta e vazio.

Anos depois, Onegin retorna a São Petersburgo após viajar pelo mundo e é recebido pelo Príncipe Gremin em seu palácio. Recém-casado, Gremin o apresenta à sua esposa, que Onegin, atônito, percebe ser a agora imponente e elegante jovem princesa Tatiana. Devastado por ter recusado seu amor no passado, Onegin percebe tardiamente como foi vazio e fútil e tenta reparar seu erro escrevendo-lhe uma carta em que declara seu amor. Mesmo admitindo ainda sentir por ele o amor platônico de menina, Tatiana lhe diz que agora é uma mulher e que jamais poderia respeitá-lo e encontrar felicidade ao seu lado, ordenando que a deixe para sempre.

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